
Do meu quarto, mesmo morando no terceiro andar, eu consigo ouvir sua voz, clara e viva.
Poderia simplesmente ir para a sala, ou ligar o som, ou fazer infinidades de coisas pra poder me distrair e não deixar que as lembranças voltem. Mas eu simplesmente não consigo. É como se eu precisasse ficar ouvindo a voz dele, as risada dele, e perceber que aquela velha história de "Eu nunca vou conseguir ficar bem sabendo que você está triste." não passou de um conto pra me fazer sorrir por um instante. E eu sei que não vale a pena. Depois de tantas lágrimas e te tanto ter ouvido os amigos me falarem que o tempo cura tudo; e eu positivamente tentava acreditar naquilo, sabendo no fundo do peito que não era verdade.
Sabendo que aquilo que todos diziam que era só uma paixãozinha passageira, foi a coisa mais forte que eu já senti em toda minha vida.
Sabendo que mesmo depois de mais de um ano sem se falar, só de saber que está no mesmo ônibus que ele, seu coração bate tão alto que você tem medo que alguém perceba, que ele perceba.
Sabendo que você pode namorar outros e até casar, mas ele não saíra do seu pensamento. Afinal, você é uma canceriana nata e as cancerianas não esquecem nunca...
A voz se foi. Ainda deu pra ouvir as despedidas melosas dele com a pessoa que ele escolheu pra ficar ao seu lado.. E você se pega pensando em tudo e chorando por algo que você já havia prometido a si mesma nunca mais chorar.
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trecho:
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Estamos sós e nenhum de nós sabe exatamente onde vai parar. [Engenheiros do Hawaii]
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