Pela primeira vez eu me sinto como em um filme cheio de mal entendidos, confusões, decisões precipitadas e palavras não ditas. Um verdadeiro drama. Um drama onde não se sabe quem é o vilão ou os mocinhos. Que talves não haja mocinhos e o grande vilão de sempre é tempo. O interminavel, indestrutivel e engolidor de memórias; o tempo.
Fico feliz que tenha vomitado todas as palavras que estavam engasgadas em cima de mim; pelo menos você foi plausivel. Pena que eu não consegui fazer o mesmo. Talves por que eu ainda não consigo confiar em você, ou porque eu sempre fico sem palavras quando estou falando com você ou até porque não havia nada pra se falar. Por que a única coisa que está engasgada na minha garganta é o amor, um amor tão grande que se eu não por pra fora vai me sufocar. Eu tento gritar esse amor pra todos, mas ele se recusa; diz que só vai parar de obstruir minhas vias respiratorias quando você voltar... se você voltar.
Mas eu sei que se você voltar e eu botar tudo isso pra fora eu vou voltar a ser leve e frágil, como uma pena. E você vai poder me destruir denovo e denovo.
Acho que o que me deixa mais irritada é saber que mesmo depois de todo esse tempo eu sei que não vou conseguir amar ninguém da forma como eu te amei. Como eu te amo.
E ontem você tocou na ferida que eu tanto tratei pra que curasse logo, você voltou com o seu dedo cheio de bacterias e aumentou a minha ferida, colocou o dedo na minha ferida. Trouxe a tona todo o arrependimento, toda a culpa e muito mais lágrimas. Lágrimas essas que ninguém verá cair. Mas de nada adiantará. Não tem mais volta.
Contos de fadas nem sempre tem um final feliz, e isso não é uma pergunta.