
E depois de 1 ano e 3 meses ela conseguiu, de uma vez por todas, deixar aquele velho anel de lado. Aquele anel que a alguns meses atrás ela não trocaria por nenhum tesouro no mundo só por conta do cheiro dele que ainda estava impregnado no anel. Trocou por um que cabe no seu dedo médio. Ainda não conseguiu se acostumar sem o velho anel, ainda rosca o dedão sobre o dedo mindinho pra senti-lo lá e ficar brincando com ele, mas o anel não está mais lá. Ela se orgulha, se orgulha por ter conseguido dar esse passo, isso prova que ela, enfim, está conseguindo deixar aquele passado pra trás. Agora só falta a vitrola antiga, porem bem nova pra ela, ficar pronta e ela conseguir se livrar dessa vez das muitas pulseiras anti-depressivas. Talves quando ela conseguir tudo isso ela possa ser quem ela sempre sonhou em ser. Não quer ser como é e muito menos como o mundo quer que ela seja.
E ela sabe que quando ela estiver desesperada, chorando. Receber um anel não vai faze-la sorrir, afinal é só um anel. Um anel não é garantia de nada. O anel não faz balanças penderem mais de 1 ano luz pro seu lado e muito menos faz o mundo girar ao seu redor, nem que esse mundo seja apenas o mundo dele. Esse anel não ajudou ela a nada, quando ele se aproximava ela ainda assustava os outros com a pulsação acelerada. Não impedio nenhum sofrimento dela. E ela se odeia. Se odeia por ama-lo tanto, se odeia por ter feito tudo que fez por ele, se odeia por se amar tão pouco comparado ao que sente por ele, e se odeia muito por ainda sofrer por ele e mais ainda por não conseguir odiar a ninguém mais a não ser ela mesma.
Ela sabe que dessa vez não vai bastar ficar olhando o mar por umas horas pra que essas coisas que ela não consegue entender passe. Dessa vez ela vai ser mais forte e resistir ao nome-cheiro ou qualquer outra coisa que venha dele.