
Sim, ele se foi. Foi para o quarto do lado. E eu fui direcionada a dormir naquela direção. Cheguei, pedi espaço, virei de costas e prometi que não iria provocar. Ele me fez rir de alguma maneira e quando menos esperava estava em seus braços. Ele me beijava e me apertava como se ele fosse desaparecer a qualquer instante, ele sabia que iria, e eu também. Tinha uma fome nos nossos gestos, uma fome de anos! Eu sabia que não devia, mas também sabia que era a coisa mais certa a ser feita. Saciar nossa fome um do outro para que então essa fome possa ser de outro alguém. Eu não pensei que iria acontecer um dia, nem acreditava mais nisso, no entanto eu estava alí. Pura, nua, crua. Sem tremores, nem medos. Durou a eternidade de uma noite. Eu me senti feliz como nunca ele havia me feito sentir. Uma felicidade sem falsos "Eu te amo", sem promessas de um futuro bom, sem ilusão. Era só eu e ele naquele quarto, sem roupa e sem mascaras. Só nós, só carne.
A gente se tornava um e então voltava a ser dois, repetida e incansavelmente, até o sol começar a aparecer de mansinho.. como quem dizia "acordem os dois, é só mais um sonho". E era exatamente como se parecia. Um sonho antigo.
A gente se tornava um e então voltava a ser dois, repetida e incansavelmente, até o sol começar a aparecer de mansinho.. como quem dizia "acordem os dois, é só mais um sonho". E era exatamente como se parecia. Um sonho antigo.
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