terça-feira, 23 de novembro de 2010

Metade

- E quando é o teu aniversário?
- A metade do teu.
Não era só a data do nascimento dele que era metade. Tudo dele era metade.
Ele só sentia metade do amor que eu sentia,só a metade da dor que eu sentia.
Sempre metade. Até o dia que eu cansei de só ter metade dele e nada de mim.
Até o dia que eu não aguentei mais viver de meias verdades, de contar quase
mentiras. Percebi que não precisava me contentar com um coração partido.
Mas ele só me deu a metade, eu dei um inteiro pra ele. Não foi justo, não é.
Agora eu vivo sem a metade dele e sem o meu inteiro, não sobrou nada.
Eu tento. Tento inventar outras metades para poder dividir com alguem,
mas não posso sustentar por muito tempo um meio coração inventado.
Desde a metade dele, só tenho pego as metades dos outros sem nunca
dar nada de mim. Vou crescendo e recuperando o que perdi.
mas por mais que eu cresça dos outros sinto falta de mim.
E quanto mais eu tenho deles, menos eu tenho de mim.
Vou ficando, cada dia, menor, menor, menor..
E se um dia eu sumir completamente?
Se eu sumir como uma vela derrete?
Ainda teria um pedaço de mim
com você, mas você nem sabe.
Você nunca soube.
e eu diminuo..
diminuo..
menor..
fim.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

How could I?

Eu sei que não houve culpados.
Eu queria mesmo te contar que eu agi de cabeça quente quando mandei aquela bomba e nem te dei chance de responder, queria mesmo pedir desculpas por sempre mudar de opinião. É só que.. só que eu não vou fazer. Não vou falar com você denovo porque eu acho que sou eu que nunca deixo a ferida cicatrizar, sempre vou lá e coloco o dedo denovo, cheio de germes.
Acho que nunca consegui me perdoar por tudo, ainda me pego chorando as lágrimas dela. Eu queria te conhecer denovo, queria fazer parte da tua vida, como amiga mesmo, mas nunca funcionaria enquanto você estivesse com ela. Eu sempre vou olhar pra vocês dois e lembrar de como eu fui um monstro!
Queria voltar e fazer tudo diferente! Se eu pudesse voltar teria sido menos covarde e contado pra Myrella como me sentia, antes de ter ficado contigo, contar que o mau humor quando saíamos juntos (os 3) era nada mais que ciúmes. Falar com toda sinceridade e esperar que ela me perdoasse por me apaixonar pelo namorado dela. Tenho certeza que ela me perdoaria e a gente podia ter feito tudo de uma melhor forma... Mas eu tive tanto medo. Eu sou uma covarde, eu nunca contei, nem depois de tudo. Eu só consenti com o que ela já sabia. Ela não me deu a chance nem de conversar.. mas de que adiantaria não é mesmo? Já estava feito. Não haveria perdão e eu nem posso julgar ela por isso.
Eu já não sei mais nem o que escrever, eu não posso mais descrever como eu me sentia, nem adivinhar como parecia que eu me sentia, eu sempre quis gostar de alguém que gostasse de mim na mesma intensidade e eu achava que a gente tinha isso.. depois eu não achei mais. Depois eu percebi que eu tava sozinha, você nunca esteve. Isso não é justo. Mas aí vem você e começa a contar tudo do seu jeito e eu começo a me achar uma idiota, mas eu não podia adivinhar seus planos! E nem posso saber se tudo o que tu me falaste era verdade. A única coisa que eu sempre tive certeza era da dor que eu sentia no peito.
Talvez seja doentio esse sentimento, ou esse blog. Eu sempre fico tão confusa...
Queria começar tudo denovo, começar a vida tudo denovo.
Não posso começar com você aqui do lado.
Não posso começar com você aqui dentro.