Ele voltou e eu nem comentei. Faz tempo. Faz mesmo? Nem sei dizer direito, mas faz um tempinho sim. Eles voltaram a terminar a longa jornada coincidentemente quase no mesmo dia que eu liguei pra ele por acaso. E aí a gente marcou. Vamos nos ver. Pensei que seria um novo paragrafo na nossa (minha) história. Nos vimos, ele disse exatamente tudo que eu sempre quis escutar, foi amavel, engraçado.. disse tudo que eu queria mas pensava que jamais fosse dito. Logo, não acreditei. Ele disse: nunca ou sempre?
Eu aprendi que isso não existe e disse a ele, que discordou. Então eu disse sempre, na verdade com medo do nunca. Daí algumas poucas ligações foram trocadas e alguns encontros foram marcados mas não chegaram a acontecer; eu pensei que seria um longo paragrafo, pensei que sofreria de novo, ou ao menos me iludiria. Mas lá estava ele, dizendo tudo que eu queria ouvir e eu simplismente fiz de conta que não era comigo e virei as costas. Não doeu. Apesar de eu ter dito sempre com os lábios, disse nunca com o coração. Eu pensava que era o começo de um final feliz mas foi um ponto final que a muito tempo havia esperado. Talvez eu só precisasse dele "só pra mim" pra perceber que eu não posso mais ser dele.
Não é falta de saudade, é desapego. Não é falta de amor, é a certeza do tempo esgotado. Não é falta de interesse, é uma profunda ocupação com a minha própria vida.Não é mágoa, é indiferença. Não é exagero, é escolha.
Marla de Queiroz